segunda-feira, 19 de maio de 2008

The Namesake

Já falei aqui da viagem que fiz para a Índia...na verdade eu sempre tive o sonho de conhecer a Índia...é alguma coisa que eu não saberia explicar. E ainda tenho vontade de retornar lá com mais calma pra poder sorver toda aquela paisagem...
Talvez por conta desse “sentimento Índia” eu goste tanto do cinema indiano. E olha, os indianos amam cinema, as filas a qq hora do dia são enormes! E eles, ao contrário do que se pensa, são os maiores produtores de cinema do mundo. Os EUA são os maiores distribuidores.
Pois então, peguei no DVD o filme The Namesake baseado no livro de Jhumpa Lahiri e levado às telas pela diretora indiana Mira Nair (Casamento à Indiana). The Namesake é uma história sobre a integração de uma família indiana na sociedade norte-americana.
O filme fala da celebração do amor, lealdade e valores familiares que tocam a alma e o coração da gente. A noção de família é algo que temos de comum do Oriente ao Ocidente, qualquer que seja o local onde nascemos e crescemos. Apesar das diferenças, esta família poderia ser a família de qualquer um de nós com todas as suas qualidades e defeitos.







A história inicia-se na Índia há cerca de trinta anos atrás e atravessa duas gerações. É contada na perspectiva de uma jovem mulher, Ashima e depois a perspectiva passa para seu filho, Gogol, um jovem indiano, já nascido em solo americano, pois seus pais trocaram a Índia pelos Estados Unidos da América, seguindo as promessas das oportunidades que o mundo ocidental oferece.
O filme revela os costumes, tradições, hábitos de uma cultura e de outra. Com isso mergulhamos na cultura indiana, em toda a sua riqueza e beleza num retrato intimista que raramente nos é dado a conhecer. E percebemos todo o choque civilizacional, à luta pela integração cultural, à ausência da família de origem e a solidão.


Uma saga inspiradora sobre os laços que unem todos nós... afinal, o filme fala do conflito de gerações inevitável entre pais e filhos, a busca por nossa própria identidade. Eu chorei feito criança com o filme...pois ele é de uma emoção intensa, muito intensa. As emoções foram bonitas e repletas de autenticidade...
O filme se passa em Calcutá, na Índia, e em Nova York.

Viva os filmes de Bollywood!! (É assim que são chamados os filmes indianos de Bombai, atual Mumbai)


Incredible India!

Om Shanti


Informações Técnicas:
Título no Brasil: Nome de Família
Título Original: The Namesake
País de Origem: Índia / EUA
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 122 minutos
Ano de Lançamento: 2006
Estréia no Brasil: 25/05/2007
Estúdio/Distrib.: Fox Film
Direção: Mira Nair




sábado, 17 de maio de 2008

Saudades que Zélia e Jorge Amado deixam no Brasil


“Continuo achando graça nas coisas, gostando cada vez mais das pessoas, curiosa sobre tudo, imune ao vinagre, às amarguras, aos rancores.”

Zélia Gattai


Saber da partida da escritora Zélia Gattai nesta tarde de Sábado me deixou triste... Quando li o livro Jardim de Inverno, o quarto livro de Zélia, que reunia recordações do exílio e do continente europeu dividido em leste e oeste, fui completamente tomada por aquela narrativa .
Mesmo assim Zélia dizia que nunca teve pretensão literária e que se inspirava nas histórias que viveu. Jardim de Inverno recebeu o Prêmio Destaque do Ano e acabou gerando um convite para uma visita à Rússia de Gorbatchev e sua mulher Raissa


Filha de imigrantes italianos, Zélia Gattai Amado nasceu no dia 2 de julho de 1916, na capital paulista. Foi em São Paulo, no bairro do Paraíso, que passou toda a infância e a adolescência. A família da escritora foi bastante atuante no movimento político-operário. A casa dos Gattai foi palco de fervorosos debates – inspiraram o primeiro livro da escritora: “Anarquistas, graças a Deus”. Lançada em 1979, a obra ganhou versões em francês, italiano, espanhol, alemão e russo e ainda inspirou uma minissérie homônima na Rede Globo, que foi ao ar em 1984, dirigida por Walter Avancini.

Aos 20 anos, Zélia se casou com Aldo Veiga, intelectual e militante do Partido Comunista. Da união nasceu o primeiro filho da escritora, Luiz Carlos, hoje com 66 anos. Graças ao círculo de amizades de Veiga, Zélia se aproximou da elite intelectual brasileira da época. Desse grupo de amigos, faziam parte os escritores Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Rubem Braga e Vinícius de Moraes. Também ficou próxima dos artistas Lasar Segall e Tarsila do Amaral.

O casamento chegou ao fim após oito anos. Em 1945 conheceu o escritor Jorge Amado no movimento pela anistia dos presos políticos, Zélia já era leitora entusiasta de Jorge Amado. Poucos meses depois, se apaixonaram e passaram a viver juntos. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando a limpo, à máquina, seus originais e o auxiliando no processo de revisão.

Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar. Viveram em Paris por três anos, período em que Zélia Gattai fez os cursos de civilização francesa, fonética e língua francesa na Sorbonne. De 1950 a 1952, a família viveu na Checoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo que Zélia Gattai começou a fazer fotografias e registrar, em imagens, cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.

“Jorge sempre me dizia: ‘Ao pousar pela primeira vez os olhos em você, meu coração disparou’.


Em 1963, mudou-se com a família para a casa do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.

Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estréia, Anarquistas, graças a Deus, ao completar vinte anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil. Sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance.

Baiana por merecimento, Zélia Gattai recebeu em 1984 o título de Cidadã da Cidade do Salvador. Na França, recebeu o título de Cidadã de Honra da Comuna de Mirabeau (1985) e a Comenda des Arts et des Lettres, do governo francês (1998). Recebeu ainda, no grau de comendadora, as ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986).
A vida sem Jorge Amado
O casamento de Zélia Gattai e Jorge durou 56 anos, até a morte do escritor, em 2001. A história de amor de mais de meio século que viveu com Jorge Amado inspirou alguns de seus trabalhos. Caso da fotobiografia do escritor, “Reportagem incompleta” (1987), além dos livros de memórias “A casa do Rio Vermelho” (1999), “Jorge Amado - Um baiano romântico e sensual” (2002) – em parceria com os filhos João e Paloma – e “Memorial do amor” (2004)

Em 21 de maio de 2002, a escritora passou a integrar a Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupando a mesma cadeira que pertencia ao marido: a de número 23. O posto também já pertenceu aos escritores José de Alencar, Machado de Assis, Alfredo Pujol.

Após o falecimento do companheiro, Zélia decide abrir a casa em que viveram juntos por 21 anos e onde receberam personalidades como o escritor Pablo Neruda. Atualmente aberta para visitação, a famosa “casa do Rio Vermelho” será transformada em um museu.

Zélia tinha 91 anos seu corpo será cremado e as cinzas serão espalhadas na antiga casa do Rio Vermelho, da mesma forma como foi feito com Jorge Amado

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Uma história pode mudar seu jeito de ver o mundo!


A história que é contada aqui é uma história real que tirei do site “Museu da Pessoa”. A missão do Museu da Pessoa é contribuir para tornar a história de cada pessoa valorizada pela sociedade. “Visamos um mundo mais justo e democrático baseado na história de pessoas de todos os segmentos da sociedade.”


Valores
O Museu da Pessoa acredita que:
• Toda história de vida tem valor e deve fazer parte da memória social;
• Ouvir o outro é essencial para respeitá-lo e compreendê-lo como par;
• No protagonismo histórico: todas as pessoas têm um papel como agente de transformação da História. Democratizar e ampliar a participação dos indivíduos na construção da memória social é atuar na percepção que os indivíduos e os grupos têm de si mesmos e de sua situação conseguir em nome de outrem;
• Integrar indivíduos e distintos grupos sociais por meio da produção e conhecimento de suas experiências é atuar para romper o isolamento de alguns grupos sociais e impulsionar processos de empoderamento fundamentais para mudar relações sociais, políticas e econômicas.


“Muito interessante, este momento. Estamos aqui, no auditório de DOT, onde cerca de 200 POIEs participam do primeiro encontro do curso "Nossa escola tem história". E quase no fim do encontro é sugerido que contemos uma história da nossa vida. Ora, sentado nessa confortável poltrona, sem apoio para escrever, o que me passou pela cabeça foi como aprendi a escrever minhas primeiras linhas: letras mal-formadas, tortas, fora das linhas, não seguiam uma "carreira", como dizia minha professora do primeiro ano do primário. Realmente, minha caligrafia nunca foi boa. Garranchos. Quase inelegíveis.
Até que um dia, uma tia pagou um curso de caligrafia, na escola Professor Franco (será que ainda existe?), numa travessa da Avenida São João. Legal. Minhas letras melhoraram, ficaram mais bonitas e legíveis. Orgulho. Meu e da minha tia. Até me tornar POIE. É isso mesmo. Na função, quase não escrevo, só digito. Regredi. Desaprendi a escrever manualmente e minha caligrafia só piorou.
Hoje, eu digo, não sei "escrever" direito, só digitar.”

Herbert Vicente Bastos- POIE
EMEF Pedro I, Dom


Link: http://www.museudapessoa.net/