quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Índia


Amigos da blogosfera,
este é meu último post de 2007.
É que amanhã estarei indo realizar um sonho antigo:
vou conhecer a Índia!!
Meu post de 2008 será Indiano com os cheiros e cores do povo daquelas terras distantes. Vou postar de lá...aguardem!!
Feliz 2008 de paz, prosperidade, luz e amor para todos nós...
Beijo e carinho, Lili

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Peter Menzel






O fotógrafo californiano Peter Menzel, documentou em suas fotos, famílias em frente de suas casas com todos os objetos que possuem, do automóvel até as coisas menores.
Menzel fez isso em Cuba, Espanha, Tóquio, Los Angeles e numa cidade do Butão, na África. O que fica claro é a diferença na quantidade e na necessidade de consumo - o que comprova que o consumo, o desejo de possuir algo, é cultural - Algumas famílias chegam a possuir mais de dez mil itens e objetos, enquanto outras apenas 70, 80 itens.
Não é nenhuma má idéia pensarmos, ou (re) pensarmos, como anda o nosso desejo de possuir/consumir as coisas... é bem verdade que já estamos com bastante problemas com o lixo que já tem no planeta.













Mania de grandeza

O autor da Charge, feita originalmente para o JORNAL DE NATAL (RN),
chama-se Amâncio.

Fonte: http://www.chargeonline.com.br/index.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Rosas, rosas, rosas


Fotos de manifestação contra a violência organizada pela ong “Rio de Paz”

É aquela “velha história”, todos temos que fazer alguma coisa, em casa, nas escolas, nas ruas. Quem já teve sua vida invadida pela dor e perda de algum ente querido sabe o sentido do movimento organizado pela ong “Rio de Paz”.
Quanto a nós que temos sido poupados, temos que participar em solidariedade àqueles que sofrem e também para clamar por dias melhores...afinal, ninguém está livre e isento de nada em meio ao caos que temos vivido.
Hoje o maior problema do Brasil é a violência. Afinal, a desigualdade social sustenta a violência. E não adianta dizer que este é um problema do governo! É nosso o problema, somos nós que elegemos quem se alia aos morros, somos nós que não fazemos nada quando as coisas andam errado e somos nós que desistimos e nos isentamos de tudo e ainda saímos por aí dizendo que não vamos mais votar em ninguém. Como se isso fosse resolver alguma coisa...
É claro que o Poder Público tem se mostrado incapaz de enfrentar esta situação. Já é fato a conivência e cumplicidade de alguns grupos da Polícia e até de membros do Legislativo e Judiciário. A corrupção está intimamente ligada à violência no âmago da sociedade. Mas esta é uma história antiga! A violência sempre fez parte da constituição do Brasil, e isso desde a ocupação européia, na época dos índios, pela escravidão. Mas ultimamente vivemos um Brasil, sem guerra civil explícita, porém, com uma situação de criminalidade sinistra de assaltos, roubos, assassinatos, seqüestros e tráfico de drogas e armas e isso vem se acelerando nas últimas décadas.
Sexta-feira depois das 22h, aqui bem pertinho de minha casa, no morro Dona Marta, em Botafogo, teve uma queima de fogos mega, durando mais de 5 minutos, digna de alguma comemoração. E a gente sabe o que significa esse espetáculo de queima de fogos nos morros cariocas...
O certo é que a dimensão ética, moral e de valores tem sido banalizada em nossa sociedade. Antes tínhamos respeito pelo outro, não é o que temos visto, banalizou-se tudo, é só abrirmos o jornal e nos deparamos com notícias de crueldade contra mulheres, idosos, crianças, pessoas doentes etc. Nem a família, a escola e a religião têm sido capazes de resistir a esta deteriorização de valores.
Só através do exercício de consolidação de nossa cidadania vamos poder ter de volta a ordem. Perdemos muito desde os tempos de ditadura com todas as invasões, agressões e tortura. Quase perdemos a esperança. E para tal ação só governos democráticos junto a sociedade civil poderão realizar mudanças eficazes: de luta, coragem, sem recuos; mobilizando a nação pelo estabelecimento de políticas públicas que consolidem uma cultura de paz.







segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Vera Silvia Magalhaes


Vera Silvia Magalhaes com Cid Benjamin

Hoje na Casa de Cultura Laura Alvin, em Ipanema, RJ, haverá uma homenagem para aquela que aos 21 anos foi a única mulher a participar do seqüestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, a economista e socióloga Vera Sílvia Magalhães. A homenagem substituirá a tradicional missa de sétimo dia.

Vera Sílvia Magalhães foi retratada na minissérie “Anos Rebeldes” como a personagem de Cláudia Abreu e no filme “O que é isso, companheiro?” de Bruno Barreto, baseado no livro de Fernando Gabeira.

Na juventude, bela e inteligente, Vera “despedaçava o coração” dos companheiros de guerrilha. Em 1968, aos 20 anos, a menina de classe média alta do Rio de Janeiro ingressou na luta armada contra a ditadura militar e se engajou no Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), que foi uma dissidência do PCB. Vera treinava tiro, roubava carros e assaltava supermercados e bancos.

Vera tinha sangue-frio, em conversa com o segurança da embaixada americana extraiu todas as informações necessárias para a ação. “Quando nosso aparelho foi descoberto, ela deu cobertura a todos com seu 38. Depois, com a arma vazia, rendeu um táxi e fugiu”, lembra o jornalista Cid Benjamin. Dias depois, quando fazia panfletagem numa favela do Rio, levou um tiro na cabeça e foi presa. Mesmo torturada, não entregou os companheiros. “Falar eu não falava, assim como não lambia parede, embora eles quase tenham arrancado minha língua fora”, contou Vera numa entrevista.

Incluída entre os 40 presos que foram trocados pela libertação de um embaixador alemão, Vera deixou o país em junho de 1970 em cadeira de rodas. Tivera os movimentos severamente prejudicados em sucessivas sessões de tortura sofridas durante meses na Polícia do Exército.
Só voltou depois da anistia, em 1979. Morou a maior parte do tempo em Paris e estudou na Sorbonne, onde foi aluna de Fernando Henrique Cardoso. “Como aquele marxista pôde se transformar no neoliberal de hoje? Ele não era democrático, não deixava os alunos falar.”
Vera foi casada com o atual deputado Fernando Gabeira, casou ainda mais quatro vezes e teve um filho, Felipe, de 24 anos. Trabalhou no governo do Rio, mas se aposentou por invalidez. “Destruíram minha saúde física e mental, mas me sobrou o principal, que é o sentido humano, ético e político”, disse.

Em 2002, por decisão da 23ª Vara Federal do Rio, Vera Sílvia foi a primeira brasileira a receber pensão da União como reparação por tortura. A pensão de Vera foi de 20 salários mínimos – R$ 4 mil. Até então, indenizações desse tipo só tinham sido pagas a famílias de mortos. Vera Sílvia levou 30 anos para entrar na Justiça. “É difícil transformar sofrimento em dinheiro. A maioria de meus companheiros não pediu. Mas meus problemas de saúde exigiram”, disse Vera, que enfrentou crises psicóticas, problemas renais e câncer. Perdeu ainda a firmeza das pernas e, pelo excesso de medicamentos, tem problemas nos dentes e na salivação.

Entrevistada alguns anos atrás ela disse que se pudesse recuar no tempo, não teria optado por ações armadas como forma de enfrentar a ditadura:
- Nosso grande erro foi querer fazer uma revolução num momento conjuntural favorável à direita, tentar mudar o país com ações de guerrilha, mas sem os instrumentos necessários. O melhor teria sido optar pela resistência política, mesmo sabendo que os militares também nos prenderiam e nos torturariam por isso - analisou Vera Silvia. Os instrumentos mencionados por Vera seriam, essencialmente, o apoio popular, o aperfeiçoamento estratégico das organizações e o arsenal bélico.

- Tínhamos pouquíssimas armas. A Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) é que tinha armas boas, porque Carlos Lamarca roubara do Exército. A gente ia com um revólver 38 e com a coragem. E havia uma coisa bonita naquele sentimento de transformação radical da sociedade. Mas nem sequer chegamos à luta armada. Fizemos ações armadas. Não havia uma estratégia comum nem comando único. Não houve planejamento de guerrilha urbana ou rural no Brasil. Eram cerca de 50 organizações entregues a ações esparsas e fragmentadas – observou.

Para Vera, mesmo que os integrantes da luta armada unissem forças e consolidassem a estratégia, ainda assim seriam insuficientes comparados ao poderio das Forças Armadas.

- Não queríamos apenas resistir à ditadura, mas fazer uma revolução socialista. As classes fundamentais que fazem esse tipo de revolução são o campesinato e o operariado, normalmente massacrados pelo arrocho salarial. A classe média não faz revolução sozinha. Ela cria a vanguarda, mas vanguarda isolada se destrói pelas forças opostas. Naquele momento, até a classe média apoiava o golpe. Apostávamos na idéia de que um modelo econômico baseado no arrocho salarial aumentaria a insatisfação do povo, a resistência operária e da classe média. É claro que não. Havia o arrocho salarial, mas sem inflação, já que o governo dava subsídios e o FMI injetava muito dinheiro no Brasil. Era a estratégia dos governantes. A classe média conseguiu comprar a sua casinha e o operário passou a viver um pouco melhor. Portanto, não havia interesse para aquelas pessoas, pelo menos momentaneamente, em acabar com o regime.

Vera morreu aos 58 anos, em um de seus depoimentos, recolhidos nos arquivos do Jornal do Brasil, ela afirmou sobre a decisão pela luta armada, no final dos anos 60:
- O AI-5 acabou com os nossos diretórios e expulsou nossas lideranças das faculdades. Nos sentimos encurralados. Não dava para simplesmente irmos para o MDB. Éramos marxistas. Foi então que decidimos pela luta armada. Do socialismo daquela época, desisti. Mas não desisti da utopia, dos meus sonhos de que o mundo se torne melhor, com um mínimo de igualdade.

Para Vera Silvia, a menina que aos 11 anos ganhou de presente de um tio um livro que influenciaria toda a sua vida, o "Manifesto do Partido Comunista", de Marx e Engels, e após a leitura decidiu se desfazer de todos os seus bens, a começar pelas bonecas; para essa menina que um dia lutou um sonho que devia ser de todos, o sonho de um Brasil justo e livre, para ela desejo muita paz e estrelas no céu...




sábado, 8 de dezembro de 2007

Ocas – Organização Civil de Ação Social



Revista Ocas" pode sair das ruas

Você que circula pelos pontos culturais do Rio e São Paulo, certamente já viu um vendedor da revista Ocas". Há alguns anos, a Ocas" – Organização Civil de Ação Social - trabalha ativamente pela reinserção social de pessoas em situação de rua, através da venda de suas edições. A Ocas" é mensal e tem sua linha editorial voltada para cultura e política.

A situação financeira do projeto é instável e a revista só continua nas ruas graças à gráfica, que não cobra a impressão desde o final de 2004. Caso a revista acabe, cerca de 50 pessoas em situação de rua, que são os beneficiários diretos do projeto, serão prejudicados. Eles têm renda média de R$ 200 mensais vendendo a revista em pontos culturais. Alguns chegam a garantir, por mês, até R$ 800 através do projeto.

No caso da Ocas", o cidadão em situação de rua compra as revistas a R$ 1 e vende a R$ 3, ficando com o lucro, mas comprometendo-se a seguir normas na comercialização, como não vender drogado, com crianças, etc. Se for denunciado, ele perde o direito de vender a revista.

A única fonte de renda da OCAS" é o valor pago pelos vendedores por cada exemplar da revista e eventuais anunciantes e doações, e eles ainda fazem Oficinas de Criação com pessoas de rua, quase sempre descobrindo um novo talento no desenho, no texto e até no cinema. Com a criação de vínculos dá para compreender as necessidades mais urgentes de cada um, como a falta de documentos ou tratamento para dependência química, e encaminhar uma saída pela rede de parceiros do terceiro setor.

A idéia da revista veio de Londres na bagagem do publicitário Luciano Rocco. Morando na capital inglesa, ele conheceu a mais famosa das 55 revistas da International Network of Street Newspapers (Rede Internacional de Publicações de Rua): a The Big Issue. Criada em ä 1991, ela se tornou um fenômeno editorial no Reino Unido, com tiragem superior a 200 mil exemplares por semana. E plantou similares pelo mundo. Em 2002, Luciano e um grupo de voluntários conseguiram botar o primeiro número da versão brasileira nas ruas.

A idéia é que a venda de OCAS" seja apenas uma ponte da exclusão para a inclusão. "Nosso sonho é não precisar mais existir", diz Luciano.

Para mais informações sobre patrocínio ou doação, o telefone decontato é 9139-4449, com Guilherme, ou pelo e-mail ocas@ocas.org.br.Se o interesse for publicar anúncios na revista, o contatopublicitário é Nobuco Soga. O e-mail é nobu.soga@terra.com.br.

Interessados em trabalhar em atividades da OCAS" como voluntário podem escrever para voluntarios@ocas.org.br.

Doações ao projeto podem ser depositadas no Banco do Brasil - Agência Fátima - Rio 3118-6 - conta 14313-8




segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Adeus Heloneida Studart



Jornalista, escritora, política, feminista e mãe(de seis filhos todos do sexo masculino), Heloneida nasceu em Fortaleza, Estado do Ceará, atuou como deputada na Alerj por seis mandatos. Ela foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil e em 1975, criou o Centro da Mulher Brasileira (CMB), uma das primeiras entidades feministas do país que defendia o direito das mulheres na época da Ditadura.
Heloneida participou do chamado "Lobby do Batom", que defendeu os direitos trabalhistas das mulheres, como os 120 dias de licença-maternidade. Este ano, Heloneida foi nomeada diretora do Centro Cultural da Alerj e do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Rio.
No livro Mulheres brasileiras, da Editora Record, Heloneida Studart foi indicada como uma das 100 brasileiras mais importantes do século XX. Mais recentemente, a Fundação de Mulheres Suíças escolheu 1.000 mulheres para concorrerem ao prêmio Nobel da Paz. Dentre elas, 52 eram brasileiras; e a jornalista cearense estava entre elas.
A ex-deputada estadual, 75 anos, morreu às 8h30 desta segunda-feira (3), de parada cardíaca, na Casa de Saúde São José, no Humaitá, RJ.



domingo, 2 de dezembro de 2007

Estudando a gramática


Ando meio sem tempo para postar pois estou estudando por esses dias.
Mas mesmo assim fiquei tentada a brincar com as palavras um pouco e
assim dar trato a bola e mote pras idéias...por isso voltei ao blog.
Nas minhas pesquisas e estudo deparei-me com um texto singelo que tem uso
pedagógico no emprego do s ou z. Achei ele um mimo...e eficaz para quem troca
tais letras no emprego das palavras:
Coser e Cozer.

Quem cose pano ou fazenda também borda e também tece;
Por isso, bom é que aprenda a escrever cose com s.
E também há-de escrever com um s bem torcido
não só o verbo coser como a palavra cosido.
Mas quem cozer um legume há-de saber
o porquê de o cozer, com água e lume,
se escrever sempre com z.
Cose com agulha e linha e com s a costureira,
mas só coze, na cozinha, com um z, a cozinheira.

AGUILAR, Irondino Teixeira, Aprender a Brincar, Porto Editora, 2ª edição

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Diversidade

Participei hoje do Seminário Interno sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais organizado pelo Ministério da Cultura e pela Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural. Ainda é impressionante os indicadores de exclusão no Brasil:

*73% dos livros estão concentrados nas mãos de 16% da população;

*O Brasileiro lê em média 1,8 livros per capita/ano, a Colômbia 2,4 e a França 7.

E isso sem falar de todas as outras exclusões a que tem sobrevivido o cidadão brasileiro... as desigualdades, tensões e conflitos.

É esse o conceito de cidadania que queremos? O que temos feito pra mudar essa dimensão em nossas casas, com nossos filhos e/ou alunos? Quais valores e atitudes devemos ter para mudar tal perspectiva?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Arte das ruas

Ainda sobre o Teia 2007
A galera do Grafitte fazendo sua intervenção
dentro do Palácio das Artes em BH.















sábado, 17 de novembro de 2007

Ronaldo Fraga

Ainda sobre o Teia 2007
(Fotos que tirei na expo com algumas criações de Ronaldo Fraga)
Palácio das Artes em Belo Horizonte







Ronaldo Fraga é um estilista brasileiro, nascido em Minas Gerais.
Suas criações são costuradas com linhas de poesia, humor. Do processo criativo à pesquisa, é tudo muito bem cuidado, a coleção, os detalhes e entrelinhas alinhavadas. A temática é poética, Drummond, Arthur Bispo do Rosário, Zuzu Angel, Nara Leão...Ronaldo expressa todo esses universos com maestria, emoção e imensas reflexões.
Eu já conhecia algumas coisas dele pela mídia, mas de perto...é puro delírio, difícil de explicar com meras palavras...o que sei é que sua obra é ungida, imantada, tem cheiros e ruídos.

Seu site é lindo, vale entrar e conhecer as coleções. Com certeza você vai se surpreender!!!
http://www.ronaldofraga.com.br/

domingo, 11 de novembro de 2007

Teia 2007: Tudo de Todos















Estive nessa semana durante quatro dias no maior encontro da diversidade cultural do Brasil que reuniu em BH os Pontos de Cultura participantes do Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – Cultura Viva, do Ministério da Cultura, e teve a relação entre Cultura e Educação como eixo central dos debates.

O Ministro Gilberto Gil junto a Célio Turino, secretário de Programas e Políticas Culturais do Minc (Ministério da Cultura), querem que em 2010 o Governo Federal bata a cota de 3 mil Pontos de Cultura por todo o Brasil.
Segundo Célio Turino, os Pontos de Cultura estão aí para “tirar o manto da invisibilidade da cultura brasileira”.
Assim é aberta toda uma discussão da Cultura livre e “periférica”, construídas fora da lógica da Indústria Cultural, da produção de massa e de monstros sagrados de nomes conhecidos.
Vou continuar falando nos próximos dias sobre o Teia (e sua organização) e também sobre Belo horizonte com alguns comments picantes.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A chave da casa do Barão






Esta é a fechadura da casa acima, Casa que foi um dia do Barão de Nova Friburgo, Antonio Clemente Pinto.
Repare nas inscrições das letras no frontão da casa, são as iniciais do nome dele. ACP.
Esta casa do Barão foi um dia símbolo do Poder, também já foi Câmara Municipal, hoje ela é uma escola de arte-educação para cerca de 1300 alunos, estudantes da rede pública de ensino e que são, em sua maioria, oriundos de famílias de baixa renda.
Hoje esta casa é do povo:
Lá os alunos estudam Teatro, Lutheria, Ballet, Dança Moderna, Danças Folclóricas, Literatura, Circo, Teclado, Violão, Teoria Musical, Desenho, Flauta e Canto Coral.
Tenho o orgulho de ser uma das fundadoras desta escola, a Oficina-Escola de Artes de Nova Friburgo, junto da Secretária de Cultura, Maria Amélia, e da Prefeita Saudade Braga que apoiou plenamente a idéia.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O vestido





O vestido / Adélia Prado
No armário do meu quarto escondo de tempo
e traça meu vestido estampado em fundo preto.
É de seda macia desenhada em campânulas vermelhas
à ponta de longas hastes delicadas.
Eu o quis com paixão e o vesti como um rito,
meu vestido de amante.
Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.
É só tocá-lo, volatiza-se a memória guardada:
eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.
De tempo e traça meu vestido me guarda.

Poesia reunida, Editora Siciliano, 1991 - S.Paulo, Brasil

sábado, 20 de outubro de 2007

Esperança


Esperança
Mário Quintana
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança.
E ela pensa que quando todas as sirenas,
Todas as buzinas,
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E—
ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

"Cowriocas"


(A foto não ficou muito boa pois foi tirada de um celular.
A cow e eu na Praia de Ipanema, perto da Casa de Cultura
Laura Alvin)
As coloridas vaquinhas da Cow Parade invadem a cidade maravilhosa. Este talvez seja o maior evento de rua já feito no Brasil e selecionou artistas cariocas interessados em colocar sua criatividade, literalmente, no lombo de uma vaca.
As vacas são de fibra de vidro e foram pintadas por artistas diversos e ficam espalhadas pelos pontos mais movimentados da cidade, invadindo o Rio de Janeiro. No final da mostra haverá um leilão, onde a renda arrecadada é revertida em prol de um projeto social. No Rio, a organização escolhida foi a “Obra Social da Cidade do Rio de Janeiro”, ligada ao governo municipal.
Com apenas 9 anos de existência, a CowParade já foi vista por mais de 100 milhões de pessoas, em pelo menos 37 cidades em todo o mundo. No Brasil, já passou por Belo Horizonte, São Paulo.
O circuito das divertidas vacas teve início no dia 5 de setembro e termina no dia 4 de novembro, quando haverá o leilão.

sábado, 13 de outubro de 2007

Viva a Criança!

Comemoramos no dia 12 o Dia da Criança, como arte-educadora, sei que a Educação tem enorme poder para que as diferenças sociais sejam minimizadas. O que falta é boa vontade do Poder Público. Um candidato em sua propaganda política faz altas promessas e o que vemos é que assim que entram, eles mudam de opinião e a escola pública continua falida Ora, é óbvio que não é interessante que a educação na escola pública funcione. Cidadãos pensantes sempre foram perigosos, isso é óbvio.
Fala-se tanto na inclusão do aluno, afinal, ele não pode ser excluído. Na minha opinião quem está excluído na sala de aula é o professor, este sim, tem que dar conta de “n” conteúdos, com uma sala lotada, com alunos com vários níveis de aprendizado. Além de ter, entre outras coisas, “domar” certas feras em sala de aula. O professor tem sido o capturado nesta luta perversa.
A sociedade civil precisa acordar desse sono profundo, pois todos pagaremos o preço por tamanho descaso, e depois não adianta muro alto, nem carro blindado, nem ongs, nem nada...A mudança tem que se dar inicialmente nas mentalidades e nas atitudes. Este é um momento onde tudo é prioridade, educação é prioridade, saúde é prioridade, cultura é prioridade porque estamos falando de vidas...Cada um de nós pode começar a fazer alguma coisa...
Então mãos à obra!! E Viva o dia da criança! Viva o dia do professor! Viva Madre Teresa de Calcutá!


sexta-feira, 12 de outubro de 2007

12ª Parada do Orgulho Gay

O Presidente da Eletrobrás teria feito comentários homofóbicos sobre um patrocínio de Furnas para a 12ª Parada do Orgulho Gay no Rio de Janeiro (Furnas, que integra o sistema Eletrobrás, patrocina com R$ 200 mil a 12ª Parada do Orgulho Gay no Rio de Janeiro, que acontece no domingo).
Porém mesmo negando que tenha dado tais declarações, ele, o Sr.Valter Luiz Cardeal de Souza, fez um pedido de desculpas público, a Eletrobrás soltou uma nota oficial negando tais declarações e a Comissão de Direitos Humanos da OAB divulgou uma nota de repúdio. Foi melhor assim para o bem de todos, inclusive para a comunidade gay que com tal episódio saí mais fortalecida em seu movimento.
O que não pode ocorrer é permitirmos que atitudes como estas ocorram. Ainda mais vindo de um representante de órgão governamental. Quem sabe a Eletrobrás com esse “mal-entendido” venha a avançar na estatal nas políticas de direitos dos gays e lésbicas. Já que o próprio presidente disse que “em Setembro de 2007, a Diretoria Executiva da Eletrobrás aprovou benefícios de gênero que permitem a inclusão, como dependentes no plano de saúde, de parceiros de empregados que mantenham relação homoafetiva estável”.
A Parada Gay é um movimento político importantíssimo, sabemos que existem os que estão ali para brincar, desfilar e outras coisas mais, mas isso não diminui em nada a luta pela igualdade e o respeito pela diferença na sociedade. O caminho ainda é muito árduo, o que pode ser percebido com os comentários abaixo escritos por internautas-leitores de um importante jornal sobre o patrocínio para a Parada Gay:

"Não entendo a postura dos homossexuais: se dizem iguais ao heterosexuais e precisam fazer parada de orgulho; pra que se estao felizes? Pedem respeito e liberdade de expressao, mas nao respeitam a opiniao do proximo, taxando de preconceito; querem que todos tenhamos uma mesma opiniao; dizem que tem horror ao sexo oposto, mas se nós heterosexuais dissermos que temos horror ao homossexualismo, nao dos individuos, dizem ser preconceito. Sua vida nao faz sentido!!"

"Homossexualismo é pecado, tem na bíblia. Não devemos achar isso normal, pois não é."

"Acho que os gays são heterofóbicos. Deviam ser processados por coibirem a liberdade de expressão daqueles que são contra suas idéias. Acho que li algo semelhante a isso, ocorrido na Alemanha, por volta da década de 40."

"Por que os homossexuais não começam a fazer alguma coisa em prol dos homossexais mais necessitados então? Existe a preocupação com o nível de escolaridade, da saúde, da habitação, dos menores no centros de recuperação que são estrupados? Por que o show apoteótico? Pra que tanto dinheiro pra uma simples passeata que não dura nem um dia inteiro? Por que a necessidade de se ficar repetindo homofobicos, homofobicos?"

"Infelizmente, se gasta muito dinheiro com “carnavais” de época e fora de época. É uma triste realidade de um país decadente que só sobrevive com pão e circo. Aliás, até o pão está sendo privatizado, sobrando apenas o “circo” armado a plena luz do dia. Quem não concordar, tem o convite de ir morar fora, bem longe daqui. Não diria sair do País – pois é para poucos – mas, ir para o Sul do Brasil. Lá ainda há um mínimo de decência dos homens públicos."

"É um absurdo a sensitivadade do tema censuraram meu comentario...pq disse que cada um tem direito a ter seu ponto de vista....
Não sou anti-gay, mas acredito que queme contra a ideia de homesexualismo tem o direito de ter esse ponto de vista...A liberdade de opinião e pensamento e expressão e defendida em varia areas/temas porque que neste Tema em particular todos tem que concordam e aceitar o que lhe e imposto caso contrario e homofobico ??Democracia tb e liberdade de opinião."

"Dinheiro de estatal em passeata gay? É isso mesmo? Um absurdo gastar dinheiro do povo em algo de tão mal gosto."

"Sinceramente,... qualquer um utilizaria melhor este dinheiro. Infelizmente isto só vem confirmar que o brasileiro vota mal, pois só colocamos cabeçudos e incompetentes na política. O POVO é quem precisa tomar vergonha na cara, e não os políticos."

"É inadmissível que uma empresa pública use dinheiro para patrocinar uma passeata de movimento tão polêmico como esse, inclusive conta com o repúdio da maioria esmagadora da população! É um absurdo! O nosso dinheiro usado para financiar essa vergonha como disse o Lúcio José! Tomara que venha logo a CPI das ONGs para desmascarar esses absurdos! Para dizer para onde vão os 18 milhões de dólares que o Viva Rio recebe da Fundação Ford e ainda tem que receber dinheiro federal, municipal e estadual!"










terça-feira, 2 de outubro de 2007

...ainda Caio


A carta é apenas um meio de comunicação manuscrito ou impresso, endereçado a uma ou mais pessoas, mas sempre possui um algo a mais, um elemento transcendente.
Ainda mais quando o escrevente é um escritor, aí toda a coisa muda de figura...qualquer breve detalhe da correspondência pode ser uma janela aberta para um mundo.
O livro “Cartas” de Caio Fernando Abreu mantém todo um caráter especial, e, hoje, depois da morte de Caio, estas mesmas cartas trazem uma aura de espólio autobiográfico e afetivo, além do caráter literário.
Caio era trancendental como pessoa, suas observações da vida e do mundo eram de todo lugar, sua visão de mundo era cosmopolita.
O responsável pelo livro foi o professor Ítalo Moriconi, que é organizador de Caio Fernando Abreu: Cartas, dedicado ao escritor, contista e jornalista gaúcho. O livro reúne a correspondência enviada pelo autor a mais de trinta destinatários...
“Nuvens negras. Insistimos. Sobrevivemos. A casa tá limpinha, o incenso queima, a roseira tá — medo — sem nenhuma rosa no momento, quarta vou jantar com Maria Adelaide Amaral e quinta ver Bailei na Curva (o Julio Conte ligou hoje). Fica feliz. (...) Você é maravilhoso demais, menino. Se convence, tchê. Me queira bem sempre. Sinto saudades fortes. Faz pensamento bom pra minha cabeça e meu corpo resistirem impávidos & legais, preu achar um moço que diga que sou bonito e não vive sem mim. Te beijo. Te cuida bem. Axé, vários axés.”- Carta para Luciano Alabarse, de São Paulo, 9/7/1994
“Impossível não pensar em você bebendo literalmente litros de água Perrier todo o dia - o aquecimento seca horrores a pele! -, mas não só por isso. Também procuro as cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo (vi uma autêntica na Fiac, em Paris!), que aqui, neste porto de mar na Bretagne, entre Nantes e Brest, a cidade de Querelle, são bastante raras. São mais cores.”- Carta para Adriana Calcanhotto, de Saint-Nazaire, França,16/12/92
“Quanto à mim, aconteceram — ah! — algumas tragédias do coração. Diálogos ridículos, tipo, és-um-mito-para-mim e eu dizendo que os mitos também trepam. Tudo isso em pleno Rádio-Clube, no meio de um show de Ângela Ro-Ro. Nada mais perfeito. Tomei um porre de vinho, tiveram que me trazer em casa. Chorei a noite toda, dei vários telefonemas desesperados. Só me puteio por ter me enganado outra vez. Mas gosto de perceber que as dores são cada vez mais rapidamente superadas.”- Carta para Luciano Alabarse, de São Paulo, 1o/6/1984

“Estava com a carta pronta ontem, quando aconteceu uma coisa e não deu para colocar no Correio. Reinaldo Moraes, aquele meu grande amigo, foi visitar a mãe dele, por volta do meio-dia, e encontrou-a morta, caída no chão da cozinha (...) Resultado: alguns amigos tiveram que segurar junto. Quando vi, estava no meio da coisa. Tipo, vestir a morta, agitar caixão. Essas coisas. Eu nunca tinha visto ninguém morto, exceto Elis, no caixão. Fiquei muito impressionado, mas fui mais forte do que imaginava. O enterro era hoje de manhã, mas não tive coragem de ir, depois de ter ficado no velório ontem, até tarde. Tenho a impressão que alguma coisa muda E muda forte. Não sei bem o quê. É como se estivesse muito mais velho. Assim como se um contato frontal com a morte fosse a única coisa que faltava para ficar definitivamente adulto. Pois é. Era terrivelmente real. E feio. E vazio — alguma coisa já não estava mais lá. A alma? Pode ser.” - Carta para Luciano Alabarse, de São Paulo, 9/7/1994

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Onde andará Caio F.?


Fui na Pré-Estréia do filme “Onde Andará Dulce Veiga” do Diretor Guilherme de Almeida Prado no Festival de Cinema do Rio, o roteiro do filme é baseado em um romance de Caio Fernando Abreu. Com isso tive saudade de reler Caio F, por isso trouxe um pouco dele aqui...
Trecho de Carta ao Zézim de Caio Fernando Abreu

Porto, 22 de dezembro de 1979

“(...) Certo, eu li demais zen-budismo, eu fiz ioga demais, eu tenho essa coisa de ficar mexendo com a magia, eu li demais Krishnamurti, sabia? E isso frequentemente parece um pouco ridículo às pessoas. Mas, dessas coisas, acho que tirei pra meu gasto pessoal pelo menos uma certa tranqüilidade.

Você me pergunta: o que que eu faço? Não faça, eu digo. Não faça nada, fazendo tudo, acordando todo dia, passando café, arrumando a cama, dando uma volta na quadra, ouvindo um som. Você tá ansioso e isso é muito pouco religioso. Pasme: acho que você é muito pouco religioso. Mesmo. Você deixou de queimar fumo e foi procurar Deus. Que é isso? Zézim, vou te falar um lugar-comum desprezível, agora, lá vai: você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso. O caminho é in, não off. Você não vai encontrá-lo em Deus nem na maconha, nem mudando para Nova York, nem.

Você quer escrever. Certo, mas você quer escrever? Ou todo mundo te cobra e você acha que tem que escrever? Sei que não é simplório assim, e tem mil coisas outras envolvidas nisso. Mas de repente você pode estar confuso porque fica todo mundo te cobrando, como é que é, e a sua obra? Cadê o romance, quedê a novela, quedê a peça teatral? DANEM-SE, demônios. Zézim, você só tem que escrever se isso vier de dentro pra fora, caso contrário não vai prestar, eu tenho certeza, você poderá enganar a alguns, mas não enganaria a si e, portanto, não preencheria esse oco. Não tem demônio nenhum se interpondo entre você e a máquina. O que tem é uma questão de honestidade básica. Essa perguntinha: você quer mesmo escrever? Isolando as cobranças, você continua querendo? Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, "apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo". Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida.
Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud.

É esse tipo de criador que você quer ser? Então entregue-se e pague o preço do pato. Que, freqüentemente, é muito caro. Ou você quer fazer uma coisa bem-feitinha pra ser lançada com salgadinhos e uísque suspeito numa tarde amena na CultUra, com todo mundo conhecido fazendo a maior festa? Eu acho que não. Eu conheci / conheço muita gente assim. E não dou um tostão por eles todos. A você eu amo.
Raramente me engano.Zézim, remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente.E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente.
Ou então vá fazer análise. Falo sério. Ou natação. Ou dança moderna. Ou macrobiótica radical. Qualquer coisa que te cuide da cabeça ou/ e do corpo e, ao mesmo tempo, te distraia dessa obsessão. Até que ela se resolva, no braço ou por si mesma, não importa. Só não quero te ver assim engasgado, meu amigo querido.”

sábado, 22 de setembro de 2007

Uma escrita com frescor


Muitos blogs e páginas na Web jamais são atualizadas,
além de um monte de blogs que são abandonados.
É que manter um blog em dia não é tarefa das mais fáceis
além de requerer mais que entusiasmo, requer disciplina.
É claro que existem muitos inimigos como a falta de tempo
e outras coisitas mais, porém o maior dos inimigos
é o perfeccionismo, este é que nos impede de escrever...
Às vezes não percebemos que a aparente falta de assunto
já é assunto suficiente para preencher inúmeras páginas,
e que os rascunhos podem ser início de todo um processo,
de notas e fragmentos de qualidade e até frescor.
* Tenho andado sem tempo pois estou terminando
minha monografia para ser entregue em 24/09.
O tema é sobre Blogs- REDE, REGISTRO E RASTRO

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Casa das Palmeiras


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(Foto tirada na Rua das Palmeiras, 88. Casa das Palmeiras-que atende usuários portadores
de transtornos mentais com terapia que envolve arte e criatividade)

Nise da Silveira foi uma psiquiatra que revolucionou os métodos de atendimento ao portador
de transtornos mentais no Brasil. Foi uma revolução em sua época na abordagem clínica dos pacientes psiquiátricos, principalmente os esquizofrênicos, que geralmente eram isolados e considerados como incompreensíveis. Ela criou a Casa das Palmeiras e criou no Centro Psiquiátrico Pedro II, hoje Instituto Municipal Nise da Silveira, uma Oficina de Terapêutica Ocupacional, para aliviar a dor do conflito psicológico desse indivíduo hermético, visto por
muitos como incompreensível em seus delírios e alucinações.

“É indestrutível a criatividade, está presente em toda a parte.”
Nise da Silveira

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“Não sou muito do passado sou do futuro, quem olha demais pra trás, fica!”

Nise da Silveira

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sábado, 8 de setembro de 2007

Último adeus

Centenas de pessoas aguardavam para dar seu último adeus
a Pavarotti, cujo corpo foi velado na Catedral de Modena
(norte da Itália), as melhores árias de ópera cantadas
pelo tenor ecoavam pela praça principal da cidade.
Quem também passou pelo velório foi Alice, de 4 anos,
filha de Pavarotti que deixou um desenho na cabeceira do caixão do pai.
No dia da cerimônia uma mensagem escrita por Alice foi lida:
“Papai você me amou tanto. Sei que me protegerás sempre.
Eu te levarei vivo em meu coração de menina”.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

No Mineiro

Inspiradora essa foto...como podem ser os dias em Santa Teresa!
O Bar do Mineiro vive lotado de gente pois ele é realmente a cara despojada
de Santa Teresa com seus artistas, sua gente e seus sábios projetos.
Viva Santa Teresa Viva o Rio de Janeiro !!!
Viva toda a gente por todos os cantos desse mundo!!!
(No fundo somos mesmo parte de um todo)

sábado, 11 de agosto de 2007

Rimbaud















“Um amontoado de perguntas:


A quem devo me submeter?

Que besta devo devorar?

Que imagem sacra atacar?

Que corações devo partir?

Que mentira devo conservar

e que sangue pisar?”

Rimbaud

sábado, 4 de agosto de 2007

Pérolas















Visual da varanda daqui de casa em 31 de dezembro
...a lua no céu e ao fundo, no clarão na montanha,
os fogos e festa na quadra do Dona Marta.
Deve ter sido tudo de bom essa festa!!!

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Pérolas tiradas de uma entrevista dada por Danuza Leão:

- Para ter uma idéia, no Rio de Janeiro só se compreende morar em Ipanema, Leblon, Jardim Botânico e Gávea. É incrível o que tenho de explicar porque troquei Copacabana pelo Flamengo. Morar em Copacabana já era uma extravagância. Ficou combinado que ninguém morava mais lá. Eu queria justamente ficar longe daquela gente que não tem vida própria, leva uma vida inventada. Ninguém tem coragem de ousar. Tenho pavor, por exemplo, dessa nouvelle cuisine que serve um camarão fatiado com uma gota de pitanga e um pingo de gengibre em cima, você sai sem saber o que comeu, morrendo de fome.

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O que pensa do feminismo?

- Detesto. Mulher é uma coisa, homem outra.
Não é igual nem tem que ser.
E, depois, custa alguma coisa a gente lavar o prato deles?

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- Eu dizia que usar palito de dentes só no banheiro e no escuro. Mas tem coisas, como escovar os dentes, que também não se faz na frente dos outros. Escovar os dentes em banheiro coletivo é um horror. É muito íntimo. Aliás, não faço pipi em banheiro comunitário – se precisar nem tomo água. Não importa se vou ter uma infecção de rim. Simplesmente não vou.

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domingo, 29 de julho de 2007

A ALMA IMORAL















Hoje vou ver a peça A ALMA IMORAL que é adaptado do livro do rabino Nilton Bonder

Ficha Técnica do espetáculo:

Texto: Nilton Bonder
Adaptação e interpretação: Clarice Niskier
Supervisão: Amir Haddad
Figurino: Kika Lopes
Iluminação: Aurélio de Simoni
Direção Musical: José Maria Braga
Preparação Vocal: Célio Rentroya
Preparação Corporal: Márcia Feijo
Programação Visual: João Gabriel
Direção de Produção: Celso Lemos
Assessoria de Imprensa: João Pontes e Stella Stephany


O livro de Nilton Bonder, A alma imoral, com um texto que provoca a comparação entre preservação e evolução com tradição e traição aponta para um paraíso onde os únicos mandamentos eram "multiplicar-se" e lidar com a questão da "transgressão". A consciência humana é formada desta descoberta fantástica de que nossa tarefa não é apenas a procriação, mas, nas condições certas e na medida certa, transcender a nós mesmos. Esta traição para nós mesmos, que é vital para a continuidade da espécie, gera o conceito de alma.

Para Bonder, a alma é o elemento do próprio corpo que está comprometida com alternativas fora deste corpo. E, enquanto o corpo forja a moral para garantir sua preservação através da procriação, a alma engendra transgressões. Esta alma que questiona a moral, assumindo-se muitas vezes imoral, é apresentada através de incontáveis transgressões em textos e conceitos antigos.

Um livro de profundo impacto na reflexão sobre o certo e o errado, a obediência e a desobediência, as fidelidades e as traições. Um convite a conhecer as profundas conexões entre o traidor e o traído, entre a marginalidade e a santidade, entre a alma e o corpo.

Sobre o autor

Nilton Bonder é rabino com função de líder espiritual da Congregação Judaica. É graduado em engenharia mecânica pela Universidade de Columbia e doutor em literatura hebraica pelo Jewish Theological Seminary.

Reconhecido internacionalmente, seus livros já foram lançados nos EUA e Europa. A cabala da comida, A cabala do dinheiro, O segredo judaico de resolução de problemas estão entre seus títulos mais vendidos. Seu livro anterior, Portais secretos, foi lançado pela Rocco em 1996. A alma imoral é seu décimo primeiro livro.



sexta-feira, 13 de julho de 2007

Jackie Eller Tequila Onassis


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Eh Eh Eh!!!! Aniversário dessa grande figurinha...Jackie Eller Tequila Onassis.
Sorte x Amor x Pro$peridade x Alegrias e muito mais...pra você.

Fazer aniversário é mesmo muito bom, sei que têm pessoas que preferem não comemorar, eu já amo festa, comemorações, essas coisas todas.
Mas o aniversário é um momento importante para
ver tudo que passamos, o que vivemos, fazer um balanço pra vida sempre prosperar, afinal de contas, viver dá trabalho, mas sempre vale à pena.





domingo, 24 de junho de 2007

Marly de Oliveira


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Separando umas poesias da grande Marly de Oliveira
que morreu há alguns dias, deparei com essa poesia
do livro “Mar de permeio”.
...e como me disse minha amiga Bob Portas
“esse é um livro que ela fez para as filhas.
Todas as poesias são para uma ou para outra.
O Lauro (pai das meninas) disse que nesta época
cada filha morava em um país diferente
e o mar separava a família - mar de permeio”.

Então essa é Marly de Oliveira e sua poesia:

Tão fácil deixar o quarto assim:
lenços roupas empilhadas
tênis papéis por todo o lado,

os livros do colégio, um copo d' água,

mas um jeito de amar fala mais alto
e vai fazer a cama, renovando os
lençóis; é tão forte o calor, dói
a coluna, nem dói mais, quando
sonolenta ela entra

e sorri sonolenta, um anjo
pousado um momento
no meu ombro; agora a cama está sempre
feita, o armário sempre arrumado, ela
longe longe longe numa

moldura mais que perfeita, e o
dia inteiro olho seu quarto, os quadros,
faz tanta falta aquela desordem!
ela está lá e está aqui

dentro de mim,
e quando sequer falamos

ao telefone é como se nem
entre nós um oceano
houvesse, como se nem.

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